Na terça-feira, 3 de setembro, o Gama, região administrativa do Distrito Federal, registrou uma das menores taxas de umidade relativa do ar da história, atingindo apenas 7% por volta das 16 horas, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Este índice representa um recorde de seca no Distrito Federal, que já não vê chuvas há 135 dias, sendo a última precipitação registrada pelo Inmet em 23 de abril.
Anteriormente, o menor índice de umidade registrado no Distrito Federal havia sido de 8% em setembro de 2011. No entanto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já havia registrado uma umidade de 7% em agosto de 2010, mas nunca antes uma baixa tão significativa havia sido observada pelo Inmet. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma umidade relativa do ar mínima de 60% para garantir o bem-estar da população, evidenciando o quão alarmante é a atual situação.
A baixa umidade do ar afeta não apenas o Gama, mas diversas outras regiões do Brasil. Nesta terça-feira, 41 estações meteorológicas registraram umidade abaixo de 10%, com os menores índices de 7% sendo observados em cidades como Tupã, Marília e Barretos, no estado de São Paulo; Ituiutaba, em Minas Gerais; Paranaíba e Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul; Goiânia e Luziânia, em Goiás; e no Gama, Distrito Federal. No próprio Distrito Federal, Brazlândia registrou uma umidade de 9% e o Plano Piloto, 13%.
Além da baixa umidade, o Distrito Federal enfrenta também um intenso calor. No mesmo dia, a temperatura máxima registrada no Gama foi de 33 ºC, enquanto no Plano Piloto, Brazlândia e Águas Emendadas, os termômetros chegaram a 32 ºC. O período prolongado sem chuvas, já ultrapassando 130 dias, intensifica o clima seco na região, e, segundo o Inmet, não há previsão de chuva para os próximos dias.
A combinação de baixa umidade e altas temperaturas coloca a saúde da população em risco. O Inmet alerta para o perigo de doenças pulmonares, como bronquite e asma, além de dores de cabeça e irritação nos olhos. Crianças, idosos e pessoas com problemas cardíacos e pulmonares são especialmente vulneráveis a essas condições extremas. Quando a umidade cai abaixo de 12%, como aconteceu nesta semana, o estado de emergência é declarado, e atividades ao ar livre devem ser suspensas para evitar complicações de saúde.
Para mitigar os efeitos da seca, o Inmet recomenda que a população aumente a ingestão de líquidos, evite a exposição ao sol e reduza o esforço físico durante as horas mais quentes do dia. Outras medidas preventivas incluem o uso de hidratantes para a pele, a umidificação dos ambientes internos e a evitação de bebidas diuréticas como café e álcool, que podem agravar a desidratação.
O Gama e todo o Distrito Federal enfrentam um desafio climático significativo com a baixa umidade e a falta de chuvas, que exige precauções rigorosas para proteger a saúde da população e mitigar os efeitos adversos deste cenário extremo.