Estudantes fazem protesta na W3 contra aumento das passagens

Os estudantes e integrantes do Movimento Passe Livre ocuparam, na noite de terça-feira, 14/01,  a W3 para protestar contra o aumento das passagens de ônibus e metro no DF.  A manifestação teve início na Praça do Índio e seguiu para W3 Sul sentido Asa Norte. O objetivo dos organizadores era chegar na Rodoviária do Plano Piloto, onde congestionamento se formou.

A mobilização aconteceu um dia depois de a tarifa ser aumentada em 10%. Viagens de metrô e de ônibus de integração, que custavam R$ 5, passaram para R$ 5,50. Os ônibus de R$ 3,50 agora custam R$ 3,85, e as passagens de R$ 2,50 foram para R$ 2,75.

Policiais usaram spray de pimenta para liberar uma das três faixas da via e permitir o fluxo de veículos. Ainda assim, o engarrafamento ficou intenso na região. Aos gritos de “Eu não sou otário, esse aumento só é bom para o empresário” e “Mãos ao alto, a tarifa é um assalto”, os manifestantes seguiram em passeata pela W3 Sul em direção à Rodoviária do Plano Piloto. Eles chegaram ao terminal por volta das 20h.

Nas mãos, os ativistas carregavam cartazes que chamavam o aumento das passagens de “assalto” e “crime contra o trabalhador”.

Onze dos 24 deputados distritais se posicionaram, nessa terça-feira (14/01/2020), contra o aumento de 10% nas passagens de ônibus e metrô. A dúvida dos parlamentares, agora, é sobre como reverter a decisão do GDF, uma vez que, em 2017, a Câmara Legislativa chegou a derrubar um reajuste dado por Rodrigo Rollemberg (PSB), mas acabou vencida no Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

O grupo dos favoráveis à redução é encabeçado pela oposição, mas tem nomes importantes da base governista na Casa. Entre eles, o líder do governo, Claudio Abrantes (PDT), o vice-presidente do Poder Legislativo local, Rodrigo Delmasso (Republicanos), e Reginaldo Sardinha (Avante), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Além deles, estão na lista de apoiadores pela volta dos antigos valores da tarifa o governista Daniel Donizet (PSDB) e Roosevelt Vilela (PSB), que puxa o bloco independente. Pela oposição, estão Fábio Felix (PSol), Chico Vigilante e Arlete (ambos do PT), Leandro Grass (Rede), Júlia Lucy (Novo) e Reginaldo Veras (PDT).

GOVERNADOR JUSTIFICA AUMENTO

“Não existe almoço grátis, alguém paga a conta. E quem paga é o contribuinte: o dinheiro sai dos impostos, sai da tributação”, afirmou o governador Ibaneis Rocha (MDB) ao justificar o aumento de 10% nas passagens de ônibus e do metrô que entrou em vigor na segunda-feira (13/01/2020).

O emedebista deu a declaração após o lançamento da construção do Túnel de Taguatinga, na Praça do Relógio, na tarde desta terça-feira (14/01/2020). O começo da obra foi o primeiro evento público de Ibaneis em 2020.

Segundo o governador, o aumento da passagem é necessário em função dos reajustes dos preços dos combustíveis e dos salários de motoristas e cobradores em 2019. “E nós não tivemos greve, coisa que quase nunca ocorreu no DF”, destacou.

Novos valores

O reajuste nas passagens de ônibus e metrô no Distrito Federal começou a valer nesta segunda-feira (13/01/2020). Para os usuários que contam com o cartão vale-transporte e possuíam crédito carregado antes do aumento, uma preocupação a menos: o preço antigo tem validade por 30 dias. Já quem possui o cartão do Bilhete Único pagará o valor da nova tarifa, a da integração (R$ 5,50).

O reajuste nas passagens de ônibus e de metrô foi fixado em 10% para todas as tarifas. Ou seja, a de R$ 2,50 passa para R$ 2,75; a de R$ 3,50 ficou em R$ 3,85; e a de R$ 5 subiu para R$ 5,50.

O aumento foi autorizado em decreto assinado pelo governador em exercício do DF, Paco Britto (Avante), na última quinta-feira (09/01/2020), e publicado no Diário Oficial do DF (DODF) de sexta (10/01/2020).